Aqui.
Agora.
Eu estou exatamente onde eu queria estar.
Onde tanto desejei,
dia e noite,
noite e dia
(não especificamente o lugar, a mudança).
Durante
dias e dias,
noites e noites,
meses e meses,
anos e anos.
Há muito tempo já havia pensado
em conhecer a Nova Zelândia.
Foi quando descobri que os maiores Bungee Jumps
estão situados nessa região.
E como boa aventureira que sou,
isso era tudo o que eu sabia sobre o lugar.
Mas nunca me imaginei aqui de verdade.
Não passava de uma vontade inusitada
de uma astuta menina maluquinha.
Algum tempo depois,
eis que estou exatamente aonde?
Sim, exatamente aqui.
Nunca imaginei que viria para cá,
que começaria uma história
(totalmente desconhecida, por sinal)
a partir desse local.
Foi tudo muito rápido,
e com direito a mudança de planos
no decorrer do planejamento.
Então pesquisei algumas cidades e,
dentro de alguns instantes,
eu já estava completamente encantada por Queenstown.
À primeira vista,
virtualmente, diga-se de passagem,
ela preenchia todos os requisitos que eu estava procurando.
Ao vivo e em cores,
ela transborda todos esses requisitos
e muito mais.
Ela consegue ser
ainda mais bonita,
ainda mais atraente,
ainda mais encantadora,
ainda mais fascinante e
ainda mais apaixonante.
Ela é muito mais do que eu imaginei e
MUITO mais do que eu sonhei
durante toda a minha vida.
Ela é uma mistura de Ushuaia, na Argentina,
e Annapolis, nos Estados Unidos.
Parece um lugar projetado para um filme.
Uma paisagem de tirar o fôlego.
Uma obra de arte impressionante.
Uma pintura natural.
Muita natureza.
Lembra um acampamento de férias.
Onde as pessoas estão de passagem.
Curtindo a vida.
Vivendo o momento presente.
Linda.
Calma.
Pequena.
Tranquila.
Segura.
Sem verticalização (estou fugindo de selvas de pedra).
Repleta de casas.
E árvores.
Árvores nas montanhas,
na cidade,
no parque e
até na praia.
Um lago imenso.
E maravilhoso.
Onde as pessoas,
adultos e crianças,
(e patos)
nadam.
Andam de pedalinho.
Caiaque.
E Stand Up Paddle.
Pulam do flutuador
que todos têm acesso.
A vida acontece fora da janela.
Sem perigo.
Sem violência.
Sem preconceito.
Sem desigualdade social.
As pessoas
brincam,
lêem,
cantam,
tocam,
sobem em árvores,
sentam em roda e
interagem.
As árvores dançam.
Pássaros voam no céu e
desfilam na terra.
Ar puro.
Paz.
Eu sinto Deus aqui.
E uma paz que há tanto venho tentando encontrar.
Paz.
Uma emoção inexplicável toma conta de mim.
Amor.
Gratidão.
Fé.
Mas também
ansiedade,
dúvida e
medo.
Há quem ache que sou
um poço de coragem e
bravura.
Confesso que vez ou outra
sinto um frio na barriga
e me questiono
de onde veio
essa tal coragem e
onde ela foi parar.
Por que, se ela realmente vive comigo,
às vezes eu sinto que ela
se distrai no decorrer do caminho
e se perde de mim
por um instante.
Mas, de acordo com a sabedoria de minha avó:
É para frente que se anda.
E um belo dia li uma frase,
repentinamente,
que resolvi incorporá-la para a minha vida.
Ela diz assim:
“E se der medo, vai com medo mesmo.”
Então:
É para frente que se anda,
e se der medo,
vai com medo mesmo.
O importante é ir.
Mesmo que você não saiba
ao certo o que está fazendo.
Eu, por exemplo,
não sei.
Volta e meia me pergunto:
O que foi que eu inventei dessa vez?
E, graças a Deus,
todas as vezes
que me fiz essa pergunta,
coisas incríveis aconteceram.
Então, eu continuo indo.
Sem saber
como,
onde,
porquê ou
para quê.
Estou perdida.
Tentando me encontrar.
Provavelmente não sou a única.
Estamos todos perdidos.
Todos tentando “se auto encontrar-se a si mesmos”.
Ou tentando encontrar algo,
sabe-se lá o quê.
A única coisa que sei
é que eu estou indo...
Leve.
Grata.
E feliz.
A incerteza do futuro
muitas vezes me preocupa.
Às vezes quero respostas imediatas.
Quero que o trem entre logo no trilho.
Às vezes, acho que esqueceram de me entregar
o roteiro da vida
logo quando nasci.
O imprevisível me assusta um pouco.
Mas como diz meu querido amigo, Luiz Casais:
O melhor roteiro sou EU...
Afinal, o mais importante não é o destino, é a VIAGEM!